segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Belo

O belo agrada, deleita, compraz, alegra. Produz satisfação, dá prazer, felicita. Em casos especiais conduz ao entusiasmo e ao delírio.
Somos nós que revestimos de beleza aquilo que julgamos belo, o conceito do que é belo é construído sob a ótica do observador, depende de seus preceitos culturais e sociais.
De fato, a questão sobre o que é ou não belo influencia diretamente muitos aspectos de nossa vida. Em seu livro O que é belo?, Gábor Paál tenta localizar este conceito em meio à estética e o conhecimento.
Enquanto os filósofos a relacionam principalmente com a arte e os psicólogos a vêem como pura sensação de prazer, para o leigo estética é pura questão de gosto.
A biologia evolutiva explica que os “ideais de beleza”, pela vantagem seletiva que proporcionam, ficaram programados de algum modo em nosso patrimônio genético. É fato comprovado que as pessoas acham mais agradáveis regiões fluviais e lugares com vegetação verde e exuberante que desertos e montanhas escarpadas. Para nossos antepassados, viver naquelas áreas representava uma vantagem, pela facilidade de conseguir alimento e água e porque ofereciam defesa contra seus inimigos.
A psicologia experimental por sua vez deu origem também ao chamado campo da estética informacional. Pesquisadores demonstraram serem os padrões gráficos os que estimulam a capacidade investigativa do observador, isto é, aqueles capazes de despertar sua curiosidade.
Equilíbrio parece ser a palavra chave quando o assunto é estética. Figuras muito simples são monótonas; as muito complexas surgem como uma massa confusa que não desperta interesse. As figuras consideradas mais atraentes pela maioria das pessoas têm exatamente o nível de complexidade capaz de produzir no aparelho perceptivo estruturas de ordem superior, também chamadas de “supersignos”.
Ou seja, um padrão dotado de beleza é caracterizado por um ótimo grau de densidade informacional.
Alexander Baumgarten, fundador da estética moderna, definiu a experiência estética como a forma “sensível” do conhecimento – em oposição à forma “racional–conceitual”. Para ele o belo representaria o pólo oposto da razão.
Já Nelson Goodman, filósofo americano, em seu livro Languages of art, censurava essa separação estrita entre as esferas cognitiva e emocional afirmando que: “Colocamos, de um lado, impressões dos sentidos, percepções, deduções, hipóteses, fatos e verdade; de outro, prazer, dor, interesse, satisfação, reações emocionais, simpatia e aversão. Com isso tornamo–nos incapazes de perceber que as emoções funcionam cognitivamente na experiência estética”

Concluímos, portanto, que os objetos estéticos provocam experiências estéticas, que se caracterizam pela unidade, intensidade e complexidade (e isolamento, como vimos). A função dos objetos estéticos será, então, a de provocar experiências estéticas. Mas um bom objeto estético não será aquele que provoca uma má experiência, tal como nunca será um bom carpinteiro aquele que cumpre mal as suas funções.
Um bom objeto estético será obviamente aquele que tem a capacidade de provocar uma boa experiência estética, uma experiência estética de uma magnitude elevada, sendo a magnitude da experiência uma função das suas características, a saber, unidade, intensidade e complexidade. É importante salientar que não basta que o objeto estético tenha a capacidade de provocar uma tal experiência para que seja um bom objeto estético, uma vez que pode verificar-se o caso de condições estranhas ao objeto impedirem que a experiência tenha lugar. Uma sinfonia pode ter a capacidade de provocar uma experiência estética de grande magnitude, mas nunca ser ouvida por ninguém. Para que uma experiência estética se verifique é preciso que o contexto e as características do próprio percipiente o permitam.
Faculdade da Amazônia Ocidental –FAAO
Disciplina: Estética e História da Arte
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Alunos: Willian Abreu da Silva; Edilberto Ferreira J. Junior e Marisa de Oliveira

Um comentário:

  1. Parabéns o “blog” está de excelência! É mais uma ferramenta, opção de aprofundar os nossos conhecimentos e aprendizados. Precisamos de pessoas como você, compromissada e disposta a dar o melhor, fazer o melhor e trazer algo diferente, algo inusitado, inesperado e novo para muitos. Confesso que nem sempre leio. Mas não admito ficar sem ele “blog”. Eu concordo que existe uma diferenciação fundamental entre o belo artístico e o belo natural. O belo da arte está diretamente relacionado com a pureza do espírito enquanto que o belo natural encontra-se diretamente submisso a realidade.
    A arte da escrita consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em libertá-los deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação. Hoje entendo que um dos milagres da vida, é ter um olhar atento a tudo que está na nossa volta. Observar até sem falar, mas observar atenta ao que a vida nos oferece-nos mostra. Existe tanta atitude no germinar de uma semente! A nova plantinha luta contra a casca dura que a protege, e contra o solo que a cobre, e ainda assim, mesmo pequenina, vence tudo e nasce k.
    Admiro quando a palavra consegue ser clara, alcançada, objetiva. Espero que todos aproveitem da melhor forma possível, e que nós também venhamos a ser presenteados com um “blog” tão rico quanto esse. “Espero que a nossa sabedoria cresça com a nossa força, e que nos ensine que quanto menos usamos nossa força, maior ela será”

    sucesso! jarlene

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