Antes de considerarmos algumas tentativas de explicar o que é o valor estético, convém distinguir algumas questões que podem ser levantadas acerca dos juízos de valor que pronunciamos sobre as obras de arte. A questão mais geral é a de saber o que faz com que uma obra tenha valor estético. Que capacidade ou propriedade tem uma obra de ter para que seja considerada uma boa obra de arte? Esta é a questão do valor da arte. Uma outra questão é a de saber que razões temos para avaliar uma obra específica como boa, ou seja, quais os motivos para considerarmos uma obra melhor ou pior que outra? Estes critérios de avaliação, eventualmente numerosos, poder-se–ão subsumir sob um número reduzido de critérios gerais?
Uma outra questão ainda é a de saber se pode aduzir-se razões para que duas pessoas inicialmente discordantes acerca de uma obra possam chegar a um acordo. Estas são questões acerca da avaliação das obras de arte. Um exemplo poderá ajudar-nos a distinguir estas questões: suponhamos que interrogamos Vasari, arquiteto e biógrafo seiscentista, acerca do valor da arte.
Poderia dizer-nos que as obras de arte têm valor porque elas são um meio para a comunicação de Deus com o homem. Teria respondido à questão do valor. Mas suponhamos que vamos mais longe e queremos saber que razões temos para acreditar que A Criação de Adão de Miguel Ângelo é uma obra com maior valor estético que A Bacanal de Ticiano. Quando Vasari respondesse que A Criação de Adão é um meio mais eficaz para que Deus nos mostre as suas obras e o seu caráter (mostrando-nos o valor da obra de Miguel Ângelo), poderíamos ainda continuar a perguntar por quê. Vasari dar-nos-ia, então, as razões que temos para avaliar uma obra como superior à outra. Diria por exemplo, que A Criação de Adão contém vivacidade e por isso mostra a vivacidade da criação divina, exibe o dinamismo, a grandiosidade e a subtileza da criação divina.
Depois disto seria ainda legítimo perguntar se todos estes critérios específicos podem reduzir-se a um critério mais geral. Vasari responderia provavelmente que o critério geral (ou um dos critérios gerais) para considerarmos A Criação de Adão como uma boa obra de arte é a semelhança desta com os atos divinos. Poderia ainda acrescentar que A Bacanal de Ticiano é uma obra de inferior valor estético exatamente porque nela não encontramos tal semelhança. Estariam então respondidas algumas questões sobre a avaliação das obras de arte.
Como se pode ver pelo exemplo, responder à questão do valor não é o mesmo que responder a questões de avaliação. No entanto, uma teoria da avaliação está sempre dependente de uma teoria do valor. Se considerarmos que o valor das obras de arte consiste na sua função cognitiva, iremos avaliá-las de acordo com a quantidade ou qualidade dos elementos que possuem e que contribuem para o conhecimento; caso acreditemos que o seu valor consiste em permitir ao artista expressar-se, por exemplo, procuraremos avaliá-la tendo em conta a quantidade e qualidade dos elementos através dos qual o artista se expressou – e eventualmente através da importância que damos ao que foi expresso. Apesar desta dependência, não deve pensar-se que sempre que há uma teoria do valor existe uma teoria da avaliação. Beardsley e Goodman ambos procuram responder à questão do valor, mas apenas Beardsley apresenta uma teoria da avaliação.
Uma outra questão ainda é a de saber se pode aduzir-se razões para que duas pessoas inicialmente discordantes acerca de uma obra possam chegar a um acordo. Estas são questões acerca da avaliação das obras de arte. Um exemplo poderá ajudar-nos a distinguir estas questões: suponhamos que interrogamos Vasari, arquiteto e biógrafo seiscentista, acerca do valor da arte.
Poderia dizer-nos que as obras de arte têm valor porque elas são um meio para a comunicação de Deus com o homem. Teria respondido à questão do valor. Mas suponhamos que vamos mais longe e queremos saber que razões temos para acreditar que A Criação de Adão de Miguel Ângelo é uma obra com maior valor estético que A Bacanal de Ticiano. Quando Vasari respondesse que A Criação de Adão é um meio mais eficaz para que Deus nos mostre as suas obras e o seu caráter (mostrando-nos o valor da obra de Miguel Ângelo), poderíamos ainda continuar a perguntar por quê. Vasari dar-nos-ia, então, as razões que temos para avaliar uma obra como superior à outra. Diria por exemplo, que A Criação de Adão contém vivacidade e por isso mostra a vivacidade da criação divina, exibe o dinamismo, a grandiosidade e a subtileza da criação divina.
Depois disto seria ainda legítimo perguntar se todos estes critérios específicos podem reduzir-se a um critério mais geral. Vasari responderia provavelmente que o critério geral (ou um dos critérios gerais) para considerarmos A Criação de Adão como uma boa obra de arte é a semelhança desta com os atos divinos. Poderia ainda acrescentar que A Bacanal de Ticiano é uma obra de inferior valor estético exatamente porque nela não encontramos tal semelhança. Estariam então respondidas algumas questões sobre a avaliação das obras de arte.
Como se pode ver pelo exemplo, responder à questão do valor não é o mesmo que responder a questões de avaliação. No entanto, uma teoria da avaliação está sempre dependente de uma teoria do valor. Se considerarmos que o valor das obras de arte consiste na sua função cognitiva, iremos avaliá-las de acordo com a quantidade ou qualidade dos elementos que possuem e que contribuem para o conhecimento; caso acreditemos que o seu valor consiste em permitir ao artista expressar-se, por exemplo, procuraremos avaliá-la tendo em conta a quantidade e qualidade dos elementos através dos qual o artista se expressou – e eventualmente através da importância que damos ao que foi expresso. Apesar desta dependência, não deve pensar-se que sempre que há uma teoria do valor existe uma teoria da avaliação. Beardsley e Goodman ambos procuram responder à questão do valor, mas apenas Beardsley apresenta uma teoria da avaliação.
Site de Pesquisa: http://www.alfredo-braga.pro.br/ensaios/valordaarte.html
Faculdade da Amazônia Ocidental –FAAO
Disciplina: Estética e História da Arte
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Alunos: Willian Abreu da Silva; Edilberto Ferreira J. Junior e Marisa de Oliveira
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