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sábado, 16 de janeiro de 2010

A arte em Roma

O aparecimento da cidade de Roma está envolto em lendas e mitos.

Tradicionalmente indica-se, para a sua fundação, a data de 753 a.C. Sabe-se, porém, que a formação cultural do povo fomano deveu-se principalmente aos gregos e etruscos, que ocuparam diferentes regiões da Itália entre os séculos XII e VI a.C. A arte romana, portanto, sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca, popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza.


Arquitetura




Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. Esses dois elementos arquitetônicos - desconhecidos na Grécia - permitiram aos romanos criar amplos espaços internos, livres do excesso de colunas, próprio dos templos gregos. Antes da invenção do arco, o vão entre uma coluna e outra era limitado pelo tamanho da travessa. E esse tamanho não podia ser muito grande, pois quanto maior a viga, maior a tensão sobre ela. E a pedra, que era o material mais resistente usado nas construções, não suporta grandes tensões. É por isso que os templos gregos eram repletos de colunas, o que reduzia muito o espaço de circulação. O arco foi, portanto, uma conquista que permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra, pois nele o centro não se sobrecarrega mais que as extremidades e, assim, as tensões são distribuídas de forma mais homogênea. Além disso, como o arco é construído com blocos de pedra, a tensão comprime esses blocos, dando-lhe maior estabilidade. Mas no final do século I d.e., Romajá havia superado essas duas infuências - a grega e a etrusca - e estava pronta para desenvolver criações artísticas independentes e originais.



A moradia romana


A planta das casas romanas era rigorosa e invariavelmente desenhada a partir de um retângulo básico. A porta de entrada, que ficava de um dos lados menores do retângulo, conduzia ao átrio, um espaço central com uma abertura retanguJar no telhado. Essa abertura permitia a entrada da luz, do ar e também da água da chuva, que era colelada num tanque - o implúvio - colocado exatamente sob o vão do teto. Em linha reta em relação à porta de entrada, e dando para o átrio, ficava o tablino, aposento principal da casa. Os outros cômodos também davam para o átrio, mas sua disposição era menos rigorosa. Ao entrar em contato com os gregos, durante o período helenístico, os romanos apreciaram muito a flexibilidade e a elegância das moradias gregas. Mas admiraram sobretudo o peristilo que havia no pátio de muitas casas. Como eram zelosos de suas tradições, os romanos não quiseram alterar muito a planta de suas casas, mas encontraram uma solução para incorporar os elementos que admiravam: acrescentaram, nos fundos da casa, um peristilo em torno do qual se dispunham vários cômodos; O restante da construção seguia o esquema tradicional.



A arquitetura dos templos


Os romanos costumavam erigir seus templos num plano mais elevado e a entrada só era alcançada através de uma escadaria construída diante da fachada principal. Estes elementos arquitetônicos - pórtico e escadaria - faziam com que a fachada principal fosse bem distinta das laterais e do fundo do edifício. Não tinham, portanto, a mesma preocupação dos gregos, de fazer com que os lados do templo - a frente, o fundo e as laterais - se equivalessem dois a dois em sua arquitetura. Entretanto, como os romanos apreciavam os peristilos externos dos templos gregos, procuraram acrescentá-los também ao modelo tradicional de seu templo. Um exemplo disso é a Maison Carré, construída em Nimes, na França (foto), no final da século I a.C. Nessa construção, além dos elementos romanos típicos - a escadaria, o pórtico e as colunas- os arquitetos, por meio da introdução de meias colunas embutidas nas paredes laterais e na do fundo, criaram um falso peristilo. Mas nem todos os templos resultaram da soma da tradição romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar espaços interiores. O Panteão (foto), construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença. Planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para a culto. Essa nova concepção arquitetônica da templo - que será também a do cristianismo - explica porque o Panteão é um dos únicos templos pagãos que hoje é ocupado por uma igreja cristã.



A concepçao arquitetônica do teatro


Graças ao uso de arcos e abóbadas, que herdaram dos etruscos, os romanos construíram edificios - sobretudo anfiteatros - muito mais amplos do que teria permitido a simples influência da arquitetura grega. Esses anfiteatros, destinados a abrigar muitas pessoas, alteraram bastante a planta do teatro grego. Assim, nos edifícios destinados à apresentação de espetáculos, os construtores romanos, usando filas sobrepostas de arcos, obtiveram apoio para construir o local destinado ao público - o auditório. Com isso, não precisaram mais assentá-lo nas encostas de colinas, como faziam os gregos. A primeira conseqüência dessa solução arquitetônica foi a possibilidade de construir esses edifícios em qualquer lugar, independentemente de sua topografia. Além disso, o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Portanto, não havia mais necessidade de um palco de frente para o auditório, disposto em semicírculo. Este foi outro motivo que levou os romanos a inventarem o anfiteatro. Esta construção caracteriza-se por um espaço central elíptico, onde se dava o espetáculo, e circundando este espaço, um auditório, composto por um grande número de filas de assentos, formando uma arquibancada. Assim era o Coliseu (foto), certamente o mais bela das anfiteatros romanas. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três ordens de colunas gregas. Essas colunas, na verdade, eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Iniciado no reinado de Vespasiano e terminado em 82 pelo imperador Domiciano. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40 000 pessoas sentadas e mais de 5 000 em pé.



Pintura


A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos. O primeiro não se refere propriamente à pintura, pois era costume no século II a. C. recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava a impressão de placas de mármore. Mais tarde, alguns pintores romanos perceberam que o gesso podia ser dispensado, pois a ilusão do mármore podia ser dada apenas pela pintura. A descoberta da possibilidade de se criar, por meio da pintura, a ilusão de um bloco saliente conduziu ao segundo estilo, pois, se era possível sugerir a saliência, podia-se também sugerir a profundidade. Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas. Outras vezes, pintavam um barrado sobre o qual aparecem figuras de pessoas sentadas ou em pé, formando uma grande pintura mural. No final do século I a.C. esse estilo começa a ser substituído por outro - o terceiro -, que pôs fim ao interesse por representações fiéis à realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. Entretanto, os romanos abandonaram essa tendência e voltaram às pinturas que simulam a ampliação do espaço. Só que nesse retorno os artistas procuraram combinar a ilusão do espaço, do segundo estilo, com a delicadeza do terceiro. Essa síntese é o chamado quarto estilo e pode ser admirado numa sala da casa dos Vettii, em Pompéia. No centro de cada parede há um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega. Do lado esquerdo, do direito e -acima desse painel existem pinturas que sugerem um espaço exterior, mas não se trata mais de paisagens da vida cotidiana, e sim de cenários teatrais. Ora de maneira tosca mas alegre, ora de maneira segura e brilhante, os pintores romanos misturaram realismo e imaginação, e suas obras ocuparam grandes espaços nas construções, complementando ricamente a arquitetura.



Escultura


Os romanos eram grandes admiradores da arte grega mas, por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. No entanto, ao entrar em cantata com os gregos, os escultores romanos sofreram forte influência das concepções helenísticas a respeito da arte, só que não abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os traços particularizadores de uma pessoa. O que acabou ocorrendo foi uma acomodação entre a concepção artística romana e a grega. Isso pode ser melhor compreendido quando observamos a estátua do primeiro imperador romano, Augusto (foto), feita por volta de 19 a.C.

Apesar de o escultor ter usado O Doríforo, de Polideto, como ponto de referência, foram feitas alterações, adaptando a obra ao gosto romano. Assim, o artista procurou captar as feições reais de Augusto, e vestiu o modelo com uma couraça e uma capa romanas. Além disso, posicionou a cabeça e o braço do imperador de tal forma, que ele parece dirigir-se firmemente aos seus súditos. Essa preocupação de representar elementos bem determinados pode ser observada não só nas estátuas dos imperadores, mas também nos relevos esculpidos nos monumentos erguidos para celebrar algum feito importante do Império Romano. É verdade que os gregos também ornamentaram sua arquitetura com relevos e esculturas, mas estas sempre representaram fatos mitológicos e intemporais. Ao contrário disso, os relevos romanos especificavam nitidamente o acontecimento e as pessoas que dele participaram. Dentre os monumentos comemorativos destacam-se a Coluna de Trajano e a Coluna de Marco Aurélio. A Coluna de Trajano (foto), construída no século I da era cristã, narra as lutas do imperador e dos exércitos romanos na Dácia. O imenso número de figuras esculpidas em relevo faz dessa obra um importante documento histórico em pedra. Mas, devido à expressividade das figuras e das cenas, esse monumento tem também um grande valor artístico. Menos de um século depois foi erguida a Coluna de Marco Aurélio para celebrar o êxito dos romanos contra um povo da Alemanha do Nane. O relevo dessa coluna é mais profundo e também mais emocional. A arte dos romanos revela-nos um povo possuidor de um grande espírito prático: por toda parte em que estiveram, estabeleceram colônias e construíram casas, templos, termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais. Depois das primeiras décadas do século III, os imperadores romanos começaram a enfrentar tanto lutas internas pelo poder quanto a pressão dos povos bárbaros que, cada vez mais, investiam contra as fronteiras do império. Por isso, as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados para o Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no século V - precisamente em 476 -, perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos. Saiba mais:

domingo, 3 de maio de 2009

Arte românica

Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como " românico". O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Até então a arte tinha se fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama.




Depois de passar por muitas turbulências, desde o fim do Império Romano até o século XI, aproximadamente, a Europa medieval vive um momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente.


Até então a arte era difusa e diferente entre os variados povos europeus. Isso mudaria com o "crescente entusiasmo religioso", cujas causas são, entre outros fatores, as peregrinações que cresceram e as Cruzadas para libertar a Terra Santa. Com todas essas mudanças é plausível o nome românico, visto que a Europa se romanizou como nunca desde o início da Idade Média. A única coisa que faltava, a autoridade política central, foi, até certo ponto, ocupada pelo Papa. Sem um poder nas mãos de um único rei, é a Igreja que centralizará o controle sobre o pensamento e a vida da época e será a primeira responsável pela unificação da Europa desde a queda do Império Romano.



Características



Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões europeias, de acordo com as influências regionais recebidas, mas haverá também uma série de características comuns, que definem o estilo românico.




As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza de Deus.



Ao contrário da arte paleocristã, as igrejas serão ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos, atrelada à arquitetura, assim como a pintura. A escultura e a pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo, típico de um período em que o artista aprende a representar o que sente, e não somente o que vê.

Igreja de peregrinação


Saint-Sernin de Toulouse, uma igreja de peregrinação (foto).



As igrejas de peregrinação foram muito características desse período. Elas ficavam no caminho para os locais sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém, e serviam de apoio e pouso para os peregrinos, além de oferecer como atrativo as relíquias, objetos pertencentes a Jesus Cristo, a Maria e aos santos, como os cravos que pregaram as mãos e pés de Jesus, ou os espinhos da coroa, ou ainda fios de cabelo da Virgem.



Entre as igrejas desse tipo estão as de Saint-Sernin de Toulouse, Santiago de Compostela, Santa Madalena de Vézelay e Igreja de Saint-Martin de Tours.



Arquitetura



A arquitectura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitetónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas. As paredes são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves.



Escultura

Capitel românico (foto)

A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitetura e todo trabalho é executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. Dessa característica parte também a idéia de esquematização.
Outra importante característica é seu caráter simbólico e antinaturalista. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o período.
Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antiguidade, como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse.



Pintura



Iluminura de Paulo (foto).

A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapearias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitetura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didática. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.







Referencia
Wikipédia, a enciclopédia livre

Bibliografia
BAUMGART, F. Breve História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999. GOMBRICH. E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985.
JANSON, H. W. História da Arte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992. RAMALHO, G. Saber Ver a Arte Românica. São Paulo: Martins Fontes, 1992.